Sentir e ter

05/05/2016

       Por inúmeras vezes em nossas vidas nos vemos pensativos sobre nossos afetos, reflexivos sobre o que nós temos, e o que sentimos. E pergunto: será que sentimos porque temos, ou temos para poder sentir?

        Observo pessoas que sentem ter encontrado o verdadeiro amor, aquele sentimento forte e implacável que perdura anos, e mesmo após um término ele sobrevive. As pessoas seguem suas vidas, se apaixonam uma, duas, três.... Mas aquele sentimento implacável ainda faz suas visitas diárias em segredo. Então me questiono: o que fazia esse amor existir seria o sentimento que foi cultivado por ter tido alguém considerado ideal, ou foi a forma que esse alguém foi sentido que fez-se a falta e o desejo de ter novamente? Einstein responde: relativo. "Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre-se: se escolher o mundo, terá renunciado o amor, mas se escolher o amor, com ele conquistará o mundo."

           Hoje aos vinte e seis anos entendo que sentir é o que faz tudo ter sentido, hoje valorizo mais o que sinto do que o que tenho, pois tudo o que tinha em uma noite e meia já não existia mais. Porém o que sinto me fez reconstruir uma vida inteira do zero. O que sinto é matéria-prima, o que tenho é resultado do que senti.

           Como pode um grande amor dar lugar há um simples olhar? Não sei o que tem nesse olhar, mas sei nos cantos mais profundos de minha alma o que em segredo senti, e agora sinto o poder e a força de dois pares que se esbarram a cada olhar, tentando se desviar dos sinais que a vida insiste em mostrar. Agradeço ao velho, mas preciso dar lugar ao novo que se renova e reinventa, a cada ato de bondade. Siga sempre em frente, pois não há curvas perigosas no caminho do equilíbrio.

© 2016 RAPHAEL MIRANDA. Macaé-RJ 27900-000
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